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A real importância do AVCB

AVCB não são quatro letras que significam mais uma obrigação aos proprietários de imóveis. Esta sigla pode representar a preservação da Vida e dos meios de produção de muita gente. Atitudes responsáveis e éticas fazem toda a diferença.

Mais um incêndio de grandes proporções destrói completamente uma edificação comercial. Desta vez, trata-se do atacadista ATACADÃO, situado na região oeste de Campo Grande, MS.

Por sorte, nenhum empregado ou cliente foi vitimado, tendo em vista que o acidente ocorreu por volta das 17 h, com as portas abertas ao público.

Foto: Tero Queiroz/MS Notícias

Pura sorte.

(Mercados atacadistas possuem elevada carga de incêndio, por acumularem seus estoques em prateleiras altas com mercadorias, que são continuadamente postas à venda e repostas, por meio de empilhadeiras (movida a GLP). Estes produtos, de natureza diversa, são embalados em papelão, além dos recipientes que os contêm, geralmente de plástico. Armazenamento em prateleiras elevadas ampliam o risco e dificultam o combate ao fogo).

Estes parêntesis apenas ilustram uma parcela dos riscos potenciais de uma edificação com ocupação análoga, mesmo com porte inferior.

Vídeos de clientes constataram o início do fogo nos estoques de álcool e produtos de limpeza (muitos deles contêm componentes inflamáveis).

A outra vertente deste episódio são os meios ativos e passivos de segurança contra o incêndio.

Pelo tipo de ocupação e porte do empreendimento, sistemas de detecção e alarme deveriam estar instalados, além de sistema de hidrantes, extintores de incêndio e demais medidas ativas e passivas de segurança contra incêndio. Nestas ocasiões em que o sinistro acontece, vem a pergunta:

– Será que o edifício estava com o AVCB vigente?

Estas quatro letras (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) podem fazer a diferença num princípio de incêndio. Um AVCB regular, implica em testes e comprovações técnicas do pleno funcionamento destes sistemas ativos de proteção contra o fogo, por exigência dos Corpos de Bombeiros estaduais. As redes elétricas, reconhecido vilão nos episódios dos incêndios, assim como o sistema de pára raios, também fazem parte da verificação técnica exigida pelos Bombeiros Militares.

De nada adianta uma edificação receber um Alvará de “Habite-se” (que pressupõe a regularidade com os critérios de segurança contra incêndio) se os seus dispositivos e sistemas contra incêndio não sofrerem manutenções preventivas e corretivas que afiancem sua plena condição de funcionamento, quando necessário. O treinamento de Brigada de Incêndio é igualmente importante, nas ações de combate ao princípio do fogo e nas orientações precisas para o abandono do público em segurança e ações de preservação de vidas.

Fonte: MS Notícias

Um outro vídeo exibe a precariedade da rede de hidrantes, na qual o jato de água não possuía pressão suficiente para o combate ao fogo, aspecto inaceitável. Investe-se tanto num sistema de combate ao fogo, para não ter condição efetiva de funcionamento? Este é o “barato que sai muito caro”. Falhas de manutenção também são imperdoáveis.

Fonte: Redação Enfoque MS, 13/09/2020

Olhando-se à distância, estes parecem aspectos banais. O grande problema dos brasileiros em geral é minimizar o problema alheio. Só que ontem, aconteceu no ATACADÃO. Amanhã, pode ser na sua edificação.

Já parou pra pensar nisso?

Portanto, é bom refletir sobre a importância de estar regular com o Corpo de Bombeiros, não apenas por causa de um papel com quatro letrinhas (AVCB). Mas, e principalmente, pela preservação de vidas (colaboradores e clientes), do patrimônio (seguros cobrem todos os prejuízos??) e garantia de continuidade dos meios de produção para todos os envolvidos.

Gestores decidem sobre investimentos. Gestores arcam com os resultados dos investimentos, realizados ou não.

DB